quinta-feira, 12 de junho de 2014

"Este seu olhar quando encontra o meu.....

Úlcera de córnea - Um problema comum na clínica veterinária

Artigo por Ana Greice - quinta-feira, 15 de maio de 2014
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Ocorrem com frequência na clínica veterinária
Ocorrem com frequência na clínica veterinária
A córnea é a porção anterior transparente da túnica fibrosa do bulbo ocular, formada por várias camadas, sendo elas o epitélio, a membrana de Bowman, o estroma, a membrana de Descemet e o endotélio. Ela é considerada a porção óptica mais importante do olho devido seu alto poder de refração da luz, por causa da sua curvatura e transparência (BATISTA, 2005; TURNER, 2010). É também uma das estruturas mais sensíveis do corpo, com inervação realizada por ramos oftálmicos do nervo trigêmeo, que estão concentrados na córnea superficial. A inervação superficial é relevante quando consideramos úlceras corneais, visto que as úlceras superficiais são mais dolorosas que as profundas (BROOKS, 2005; TURNER, 2010).


As enfermidades que acometem a córnea ocorrem com frequência na clínica veterinária, elas podem ser divididas entre aquelas que apresentam ulceração corneal e aquelas que não são ulcerativas (TURNER, 2010). Entre as doenças relacionadas à perda da visão, as úlceras corneais se destacam como as mais importantes, não só pelo alto índice de morbidade, como, também, pela gravidade das lesões (SAMPAIO; RANZANI, 2005). Felizmente, a maioria dos casos pode ser tratada com sucesso por terapias medicamentosa, cirúrgica ou uma combinação destas (GELATT, 2003).


As lesões ulcerativas da córnea podem ser classificadas em úlcera corneal superficial, erosão epitelial recorrente, úlcera de estroma médio, úlcera corneal profunda, descemetocele, úlcera corneal com melting, úlcera corneal rompida e sequestro corneal. Entre as causas de ulceração corneal podem ser citadas as anormalidades palpebrais, anormalidades ciliares, substâncias irritantes, anormalidades do filme lacrimal, traumas, infecções, distrofias e degenerações. Nessas enfermidades, a maioria dos animais tem um início agudo de dor ocular, evidenciada por lacrimejamento, fotofobia e blefaroespasmo, sendo o grau de dor variável, diminuindo com a cronicidade da erosão e a profundidade da úlcera (GELATT, 2003; TURNER 2010).


As úlceras corneais podem ser de evolução aguda ou crônica, sendo causa importante de déficit visual associando-se frequentemente a situações em que ocorrem alterações nos mecanismos de defesa da córnea. Elas podem ocasionar a perda do olho devido à endoftalmite, glaucoma, perfuração e Phthsis bulbi secundários, o que torna importante o conhecimento dessa doença e o seu tratamento (ALVES; ANDRADE, 2000; BATISTA, 2005; CUNHA, 2008).


Geralmente as úlceras são evidentes, apresentando-se como uma falha ou cavidade na córnea. No entanto, deve se realizar testes utilizando corantes vitais que não coram a córnea normal. Como exemplo tem-se a fluoresceína que é um corante solúvel em água e não transpassa o epitélio hidrofóbico, se o epitélio estiver incompleto como na ulceração corneal, a fluoresceína penetra o estroma corando-o (SLATTER, 2005; CUNHA, 2008; TURNER, 2010).


Após o diagnóstico, a terapia deve ser considerada cuidadosamente para garantir um tratamento abrangente, podendo ser apenas medicamentoso ou acrescido de procedimentos cirúrgicos. O comprometimento do tutor é de fundamental importância para o sucesso do tratamento, como instilar os colírios na frequência recomendada, colocar no paciente o colar elisabetano e comparecer as reavaliações. A medicação tópica frequentemente é composta por colírios e/ou pomadas a base de antibióticos, anti-inflamatórios e lágrimas artificiais. Os colírios devem ser sempre aplicados antes das pomadas, se ambos forem empregados, com um intervalo mínimo de cinco minutos entre as diferentes aplicações (BROOKS, 2005; TURNER 2010).


Enfermidades corneais são comuns na clínica veterinária, e essa alta ocorrência não deve induzir os clínicos a esquecerem da importância de um diagnóstico rigoroso e um tratamento atencioso, tendo em vista que as corneopatias adquiridas constituem causas importantes de cegueira evitáveis em animais (STURION et al, 2010).

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO -

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