domingo, 27 de outubro de 2013

Qual a cor da luz da raiva?

por: Imaculada Bombicino
A raiva é o desejo frustado e quanto maior ela é, maior a explosão.
A raiva é o desejo frustado e quanto maior ela é, maior a explosão.
Na virada do século VI viveu um príncipe-filósofo chamado Shotoku Taishi. Ele dizia que devemos ter tolerância com todos os seres humanos, com os animais e, sobretudo, com as emoções. Falava que até as emoções das quais não gostamos, como a raiva,  possuem uma luz que poderá iluminar lugares que normalmente não vemos.

Muitos, com certeza, irão questionar: como a raiva pode ter luz?

E de que cor seria essa  luz?

Primeiramente vamos observar como surge a raiva.


Ela aparece por diversas razões, mas uma delas é quando desejamos algo e somos frustrados  ao surgir um obstáculo ou um bloqueio. A energia que estava ali concentrada para obter o desejo pega fogo e explode: é a raiva. E mais: ela é sempre proporcional ao desejo, ou seja, quanto maior o desejo frustrado, maior é a explosão.

Mas como agir em uma situação dessas?


Muitos falam que conseguem deter a raiva, mantê-la sob controle, porém tentar fazer isso somente poderá provocar queimaduras internas mais graves.  O que é necessário é buscar as suas raízes. Cave a terra, ou seja, o seu interior, e descubra o que foi bloqueado, qual a frustração vivida que é o seu ponto de origem. Às vezes é preciso cavar bem fundo, porque podemos pensar que temos raiva devido a um acontecimento, mas por detrás dele existem outros que foram relegados ao esquecimento e que são os seus verdadeiros causadores.

Se tirarmos para fora da terra as raízes de uma árvore, elas morrerão. Com a raiva acontece o mesmo.


E agora que ela está exposta, que tal convidá-la para se sentar e até oferecer um bom copo de água para apagar um pouco o fogo e começar uma longa conversa?

Evidente que no início a raiva não vai querer saber de conversa nenhuma, ela só quer atingir a todos com o seu poder de fogo. Porém, nesse momento é  preciso chamar alguém mais experiente, o nosso Eu interior, o ser sábio que vive no mais profundo do nosso ser, onde a  tranquilidade sempre impera.

E  nesse momento o diálogo poderá ser iniciado, analisando-se as queixas, as razões do enfurecimento que levaram à explosão.  Evidente que, mesmo após uma escavação profunda com bons resultados, a raiva não deixará de existir totalmente.  Mas o fogo ardente poderá se transformar em cinzas que permanecerão ali mas, sem provocar tantos danos.

Diz um provérbio africano que “quando não existem inimigos interiores, os inimigos exteriores não conseguem vencer você.”

E finalmente, qual a cor da luz da sua raiva?  Será que ela tem mesmo luz?


CreativeCommons Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário