quinta-feira, 23 de agosto de 2012

COM AÇUCAR COM AFETO ...

foto: Ricardo Medeiros - GZ
Eduardo com a filha Isis, 4 anos
Depois de descobrir que a filha Isis, 6 anos, era autista, o designer gráfico Eduardo Antônio buscou várias maneiras de estimulá-la. "A Isis é muito carismática, interage bem com as outras crianças e gosta de estar no meio de gente. É o xodó da escola", conta o pai.


amor, superação,carinho,presença
possivelmente um dos meios mais eficaz de compartilhar a vida.




Questão:
(Última edição: sexta, 8 abril 2011, 13:34)

Resposta: Para realização do atendimento ambulatorial de pacientes portadores de necessidades especiais é necessário que o Cirurgião-Dentista tenha alguns conhecimentos básicos sobre as principais características da enfermidade que acomete o paciente em questão, procurando contornar as dificuldades para realizar os procedimentos necessários. Assim, por exemplo, o paciente autista possui incapacidade inata de se relacionar, ecolalia (repetição das palavras), inversão pronominal (falam de si mesmo em terceira pessoa), fala aprosódica (sem um ritmo natural), possuem tendência ao comportamento de isolamento, dificuldade de contato visual, comportamento autodestrutivo (principalmente em lábio, gengiva e mucosa jugal) e alterações de sensibilidade dolorosa.

Esses pacientes possuem comportamento variando em dois pólos: choro excessivo e apatia total. Também como características comportamentais pode-se citar as estereotipias (agitações psico-motoras), incompatibilidade com estranhos, distúrbio de atenção (desatenção seletiva) e dificuldade de controle dos esfíncteres.

As manifestações bucais características são: doenças periodontais (dificuldade de higienização), hiperplasia gengival (principalmente àqueles que fazem uso continuado de anticonvulsivantes), úlceras (devido à autodestruição) e queilite angular.

Como facilitadores para o atendimento é importante que o primeiro contato se dê com os responsáveis pelo paciente realizando uma anamnese minuciosa do paciente e iniciando o vínculo entre paciente, cuidador e dentista. Muitas vezes, são necessárias várias consultas para que se comece a estabelecer alguma viabilidade de tratamento. Pode-se ainda destacar alguns cuidados como não deixar o paciente esperando muito tempo para ser atendido, evitar ruídos e sons altos durante o tratamento, mostrar aos poucos tudo o que será utilizado (técnica do dizer-mostrar-fazer), reforço positivo quando o comportamento é adequado e, caso sejanecessário, lançar mão de contenções e abridores de boca evitando reflexos de mordida.

Caso não haja sucesso no atendimento clínico de rotina, pode-se optar por encaminhar o paciente no sistema de referência e contra-referência para intervenção sob anestesia geral.

*Bibliografia

1-Silva RAB, Mora, Gustavo Z, Andrade PER, Queiroz AM. Autismo: aspectos de interesse ao tratamento odontológico / Autism: Interesting Aspects for the Dental Treatment. Odontol. clín.-cient. 2008 jul-set;7(3):191-196.

2-Elias RA.Pacientes especiais: autismo / Special patients: autism Odontol. mod. 1993 jan-fev; 20(1):9-10.

3-Katz CRT, Vieira A, Meneses, JMLP, Colares, V. Abordagem psicológica do paciente autista durante o atendimento odontológico: [revisão] / Psychological Approach to Dental Management of Autistic Children: [Review] Odontol. clín.-cient. 2009 abr-jun;8(2):115-121.

Profissional solicitante: odontólogo
Categoria de evidência: Opinião desprovida de avaliação crítica, Baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais (D)
Descritores DeCS: pessoas mentalmente doentes, transtorno autístico
Descritores ICPC2: N28 (Limitação funcional/incapacidade, N29 (sinais/ sint. do sistema neurológico)
Teleconsultor: Equipe de Odontologia Telessaúde RJ

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