Cientistas identificam gene ligado à psoríase
Da Redação do Portal do Dermatologista
Estudos
conduzidos na Escola de Medicina da Universidade de Washington
identificaram o primeiro gene diretamente ligado à forma mais comum da
psoríase.
A pesquisa mostra que mutações raras no gene CARD14,
quando ativado por um estímulo ambiental, podem levar à psoríase em
placas. Este tipo de psoríase representa 80% de todos os casos sendo
caracterizada por pele seca, com lesões avermelhadas cobertas com
escamas prateadas, que podem vir acompanhadas de prurido e dor.
As novas descobertas indicam também que as mutações no gene CARD14 podem
estar envolvidas com a psoríase pustulosa e na artrite psoriática. Em
entrevista ao períódico Science Daily, o autor sênior do
estudo, Anne Bowcock, explicou que "as mutações raras encontradas
provavelmente conferem um alto risco para a doença, e nós pensamos que
será importante para a pesquisa encontrar novos e mais eficazes
tratamentos".
Atualmente, os pesquisadores pretendem descobrir como o caminho comum é
alterado nos diferentes tipos de psoríase e em pacientes com artrite
psoriática. O estudo deles sugere que pelo menos em alguns pacientes com
diferentes formas de psoríase, este caminho seja o mesmo.
Como
em outras doenças comuns, a psoríase ocorre em famílias. Imaginava-se
que havia um componente genético, mas ainda não havia sido possível
identificar os genes envolvidos. No estudo conduzido nos EUA, Bowcock e
colaboradores descobriram uma mutação CARD14 rara em uma grande família
de descendentes do norte europeu em que a psoríase em placas foi
predominante. Eles também observaram a mutação em um terço dos membros
da família que tinham desenvolvido artrite psoriática, sugerindo que a
mesma mutação rara pode desempenhar um papel em ambas as condições.
Os
cientistas também identificaram outra mutação CARD14 rara em uma grande
família proveniente de Taiwan que tinha um grande número de casos de
psoríase em placas.
No entanto, as mutações no gene não ocorrem apenas em famílias com predisposição genética. Os pesquisadores, incluindo as publicações do primeiro autor Catherine Jordan, um estudante de MD /
PhD
da Universidade de Washington, também encontraram uma mutação CARD14 em
uma menina de três anos com um caso grave de psoríase pustulosa, uma
forma rara da doença. Os pais da menina não apresentaram mutações em
CARD14, indicando que a mutação rara não foi herdada, mas havia ocorrido
espontaneamente.A psoríase normalmente se desenvolve após um estímulo ambiental, que pode incluir uma infecção, como na garganta, ou lesão na pele, incluindo um corte ou uma mordida. Certos medicamentos, tabagismo e o consumo excessivo de álcool também são estímulos desencadeantes. "Isso é importante porque nos diz que mutações no gene CARD14 sozinhas não são suficientes para levar a psoríase, e, sim, possivelmente após um estímulo, como uma infecção", explicou Bowcock ao Science Daily.
Os estudos apontaram que nos queratinócitos as mutações em CARD14 aumentam a atividade de NF-kB, uma proteína que liga genes. Esta proteína aumenta a produção de certas moléculas de sinalização que atraem as células inflamatórias para a pele, desencadeando um ciclo vicioso de inflamação, notável na psoríase.
Curiosamente, em pacientes com psoríase com mutações no gene CARD14, os pesquisadores descobriram que a atividade do gene foi maior nas camadas superiores da pele, o que pode explicar a descamação que caracteriza a condição. "Com todos os tipos de novos alvos terapêuticos que se encontram dentro da via CARD14, o campo está aberto", finalizou Bowcock.
A pesquisa foi publicada no dia 04 de maio em dois artigos no The American Journal of Human Genetics. }
Nenhum comentário:
Postar um comentário